terça-feira, 10 de maio de 2011

Debaixo do parassol: evolução e liberdade na cultura fofa

Tem estado em evidência o mundo fashion japonês nos tempos atuais. Quando você recebe seus artigos fashion no Tmblr, lê revistas tais quais Alice Deco, Kera ou ainda recebe um exemplar da velha e boa Gothic & Lolita Bible, a moda lolita ainda que seja uma base bem forte da cultura da moda feminina, não está nem de longe sozinha. No ultimo ano (ou dois anos...) a moda lolita tem vindo acompanhada com as suas irmãs mais novas da cultura fofa: pop kei, mori girl, otome, dolly kei e ainda vários tipos de formas adoráveis de gyaru. Enquanto alguns novos estilos estreiam no cenário de rua, por um outro lado as modas idosas (o movimento gyaru tem sido uma das irmãs mais velhas na moda japonesa, estando de volta com tudo agora), criaram uma diferença fundamental no cenário de moda atual: pela primeira vez na história, parece que as modas fofas japonesas estão se fundindo!


A moda lolita é muito conhecida não somente pela sua aparência única, mas também pela diversidade de criação originado no formato do estilo lolita: o estilo varia do classic lolita com suas nuances em marrom e bordô ao estilo rosa bebê açucarado até chegar no mundo muito doido das punk lolita. As várias reinterpretação do estilo lolita significa que mesmo que a moda já esteja estruturada, existia o "estilo de todas", então se quisesse misturar alguma outra coisinha (ou outras coisinhas), segundo oa grande deusa lolita, deveria usar fora da moda. Por quê? Nós não sabemos exatamente. Por sermos pessoas de cabeça abera, amamos rotular coisas, e amamos dar nomes, e criar subcategorias, e subsubcategorias! Alguém aqui se lembra do Bitter Sweet Lolita? É o subsubsub! Acho que é só a nossa parte que é perfecionista subindo às nossas cabeças!




Mas recentemente tudo começou a mudar. De um cenário 8 ou 80, a moda lolita começou finalmente a brincar com seus estilos irmãos. É um tanto quanto difícil dizer se isso começou por outros estilos ou dentro de uma subcategoria de lolita - se foi o Fairy-Lolita qe chegou primeiro, ou então o Sweet-Classic Lolita, etc.  Eu gosto de pensar que no Japão as meninas pegam qualquer coisa que amam e simplesmente arrumam alguma maneira de colocá-las no seu visual para ficarem bonitas, sem pensar muito em que estilo está vestindo - embora isso possa ser um pensamento bem fantasioso. Se você morre de amores, por exemplo, por um cinto com tachas bem punk e a mais noca criação da Angelic Pretty em um tom pastel, por que não dar uma chanche ao dois? Juntar comparações e temáticas inusitadas e coisas malucas em um conceito é a verdadeira receita de uma moda vanguardista.




Mas... e então o que sobra para "O livro de Regras de uma Lolita"? E sobre aquelas criaturas que olham para um coordinate e dizem com desgosto:
- Bem... se você gostou disso tudo bem usar, mas só saiba que isso é ITA.
Recentemente, tive esta conversa com um leitor que se sentiu livre para me dizer isso, mas querida, você pegou o espírito errado da mora. Em se tratando do estilo X, você está só "estar fazendo isso errado". Bem...

Não existe essa de "estar fazendo isso errado"

Eu comecei na "era lolita" (2006) fortemente influenciada pela noção de "fazendo a coisa errada". Quando eu era uma jovem lolita, a maioria das comunidades lolitas tinham uma espécie de padronizarão do estilo . Garotas eram instruídas por essas comunidades, empenhadas de "Pode e Não Pode" (para quem não sabe, alguma cruza de Neighborhood Watch com a polícia da moda), assim como o famoso Lolita Handbook e uma série de artigos instrutivos. A moda Lolita era algo para ser estudado e dominado, e outfits que seguiam as regrinhas tinham o título de graduação dado pela comunidade.


A noção por trás de tudo isso era preservar a pureza do estilo: todos tinham medo que aquela Lolita, a delicada florzinha, era uma espécie em extinção que precisava ser preservada, principalmente deveria ser removidas qualquer influência ocidental. Pode parecer estranho o medo agora, com a moda lolita expandido seus horizonte para misturar com outros estilos. Do que tínhamos tanto medo? Da moda dispersar, de um vestido em uma cor ofuscante que parecia que tinha saído direto de um anime ruim? Nós estaríamos deixando o visual Lolita ocidentalizado se encurtarmos nossas meias um ou dois centímetros? Lil Mama, Katy Perry e Lady Gaga já apareceram vestindo uma roupa com uma cor que parecia ser barata,  e o mundo não terminou. Lolita, que convenhamos está cada vez mais resistente, não vai morrer tão cedo. De fato ouso dizer que essa viagem da moda pelo mundo, se expandida e namorando outros estilos não vai enfraquecê-la, mas fazer ela ficar mais forte. Lolitas estrangeiras, sejam elas do Chile, da Suécia ou Americanas, deram um maior fôlego para o estilo do que ela teria tido se ficasse restrita ao Japão. Há um grande amor pelo estilo antigo Lolita, e ficará maior com os novos acordes enfeitados com meia calça com estampa de gatinhos da SPANK! e com antiquadas bolsas de tecidos da Grimoire.

A moda é introspectiva. A moda é baseada em um conceito, que cada indivíduo forma e interpreta em algo visual.  A moda Lolita, por exemplo, se baseia em torno do conceito delicadeza, bonecas que se parecem com princesas ou damas, com uma fantasia entornada. Uma Mori é baseada no conceito de uma dama que vive confortavelmente em uma floresta, com um quê de extravagante, um santo anquiquado de um mundo fantasioso. Os estilos mais Pops são baseados em um LSD pesadíssimo (tô brincando, tô brincando). Moda é um processo criativo, e como as coisas criativas, não podem ser padronizadas. Nós podemos criar diretrizes e limites. Se escolhemormos, lolita pode ser bem mais que um livro de figurinhas - uma fórmula de colocar a figurinha no quadrinho certo. Mas eu acho que a moda lolita, e nós que a amamos, não precisa ser guiado por coisas impostas. Vamos dar à ela o crédito pela sua resistência, à sua habilidade de crescer e se adaptar e continuar tendo o mesmo coraçõzinho. Mas vamos dar a nós mesmo algum crédito: crédito à nossa criatividade, à confiarmos em nós mesma e fazermos grandes saltos em direção à moda

Sempre que o lamento "mas o que as pessoas vão achar?" começa a martelar na minha cabeça eu penso: em vez de fazer algo incrível, ou que a faça faz sentir bem ou feliz, você está tentando agradar as pessoas, pessoas do mundo  inteiro (basicamente mais de 1,971 milhões de pessoas só na web, e acrescente a sua mãe para saber quanta gente). A então, a ideia de fazer tudo conforme as regras e jogar no lado seguro parece ser ridículo. E daí arrumo coragem para sair de casa mostrando minha anágua com as cores dos arco íris, minhas plataformas de oito centímetros e coroar isso com um carrossel em miniatura em uma tiara.

E sim, várias pessoas talvez não irão gostar disso. Eu lá não sou uma grande admiradora de certas modas de rua mesmo. Ninguém irá gostar de tudo. Você não é obrigado a gostar de tudo. Mas vendo como a moda é realmente um processo artístico, e a arte é totalmente subjectiva, nela não há certo ou errado. Eu não estou aqui para falar dos benefícios de se usar uma anágua ou não, ou porque você deve fugir daqueles laços feitos de plástico. Não estamos aqui para falar de cosplays ruins que se dão mau. Nós estamos aqui falando de liberdade - e evolução - para fazermos experimentos com a moda. Para tomar certas liberdades, e assim talvez criar algo novo e inspirador. Então aqui está o seu dever de casa: finja que não faz ideia do que sejam estilos ou subcategorias. Se inspire e arrume roupas e acessórios em um visual inspirados em nada e em tudo: florestas, quadrinhos, maquinas de refrigerante japonesas, seu artista favorito, ou onde quer que encontre algo que combine com você. Bata bem, e vê que gosto isso tem!
Para todas as garotas (e caras): abotoe os seus tea party shoes, ou os seus cotunos, vista seus tops rosa pink, vá até a sua porta e mostre ao mundo que você também é parte do movimento das modas de rua, nós vos brindamos!

Algumas vezes encontramos alguns textos que só de olharmos queremos traduzir e colocar no nosso blog. Esse é um deles! Tenho certeza que ele é um banho de água fria em muita gente!
Streetstyle é algo livre!

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